sábado, 4 de dezembro de 2010

I'm not that strong Meridiana, you know

Acabei de tomar um banho de chuva, cantando em plenos pulmões as músicas de Marisa Monte, estou extremamente feliz mesmo que sofrendo em partes, depois do momento "carnivália", me sentei molhada na varanda olhando a chuva caindo no pé de limão e calma toquei "João de Barro". Seu refrão é tão bonito e tão doce, o ritmo é melancólico, mas ainda sim, gentil. É doce, gosto disso em músicas, recomendo que todos escutem. Agora escuto "Better than me" do Hinder. Detesto ter que escrever essas coisas assim.  "I think you can do much better than me After all the lies I made you believe Guilt kicks in and I start to see The edge of the bed, where your nightgown used to be"  Tão linda a música, tão profunda. Gosto disso. O pior é que esse clima de chuva, essa quase libertação repentina, essa maluquisse extravagante, trazem à tona mais que tudo uma dor recente que também é tremenda alegria. Lembranças, memórias que fotos jamais conseguiriam retratar direito, palavras ditas que ninguém conseguiria repetir em tamanha maestria.  "While looking through your old box of notes I found those pictures That you were looking for If there's one memory I don't want to lose That time at the mall You and me in the dressing room"  Seus olhos brilhavam mais que as estrelas no céu escuro, seus lábios tinham um sorriso que conseguia ofuscar a meia lua acima de nós. A pele tão suave, o abraço quente e suave, protetor e ao mesmo tempo esmolando a mesma proteção. Sua voz era tão bonita e seu cabelo conseguia voar pelo escuro, tão doce.  "The bed I'm lying in is getting colder Wish I never would've said it's over And I can't pretend that I won't think about you when I'm older Cause we never really had our closure This can't be the end"  Guardei rosa e amassado, sorri e escolhi um caminho mais fácil porque achei que seria mais feliz. Outro erro infeliz que tratei de não me lembrar, se lembrasse sempre eu admito que correria o mais rápido possível e te sequestraria, choraria e pediria perdão de joelhos. Eu jamais fui tão forte quanto fui quando me impedi de fazer tudo que eu queria ter feito, de dizer todas as palavras não-ditas em meu peito.  "I told myself I wouldn't miss you But I remembered What it feels like beside you I really miss your hair in my face And the way your innocence tastes And I think you should know this You deserve much better than me"  Me pergunto quando ar e água se tornaram tão indiespensáveis para continuar viva. Sabe me responder? Me pergunto qual deus cruel criou em meu peito um sentimento tão grande, escondeu e depois me deixou revelá-lo quando já é tarde demais. É tarde demais? Eu não sei, sei que me dói e sei que se pudesse apagaria tudo com uma borracha e reescreveria, ou ao menos teria dito as coisas que queria. Talvez agora acreditasse em mim ou pelo menos fosse cogitar alguma idéia de me trazer pra junto de ti novamente.