quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

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(...) Trazia nas mãos as chaves do carro e o coração. Que estava realmente pulando para fora do seu peito, de medo da alemã não estar em casa; Chegou à porta, e apertou delicadamente a campainha. A partir dali os segundos,  simplesmente , pararam de passar...  Em  seguida ouviu a trava do portão abrir e mais uma vez, em suas mãos, o coração pulsou tão forte que naquele momento jurou que o perderia em algum lugar do jardim enorme fronte a casa da alemã.
Levantou uma das mãos e abriu o portão de ferro; caminhou por uma passagem  não muito estreita que levava até uma porta que nunca estava trancada e sabia que dali Hércules viria silencioso, porém ansioso verificar quem visitava sua dona. O momento anterior não aconteceu, o que deixou a castanha com sérias dúvidas se o tempo que ficou fora foi suficiente para ter errado de casa ou algo do tipo. Algo provavelmente, ruim, tinha acontecido. As dúvidas sumiram assim que adentrou a sala, extremamente iluminada e ao mesmo tempo sombria da casa da mais velha. O cheiro dela impregnava tudo naquele lugar.
Café, cigarro e whisky. Sua combinação favorita, pelo menos tinha passado a ser, depois de alguns meses. A porta atrás da francesa se fechou quase que automaticamente e ela se manteve ali parada, por alguns segundos, de olhos bem fechados respirando o ar que tanto lhe faltou durante aqueles meses, dias, horas e minutos que não passavam.

Ah, Deus! Como senti falta disto.

Abriu os olhos e entreabriu os lábios lentamente, quis, naquele momento, gritar o nome dela com toda a força e intensidade, que aquele sentimento de saudade percorria suas veias e seu coração, mas conteve-se.

Nicolle, calma. Por favor, não vai ter um treco, não aqui, não agora! Respira e vai.

Voltou a caminhar e um cheiro diferente também habitava aquele lugar, algo sendo cozido. Estranhou sim, pois, quando estava lá, com a mais velha, cozinhava para ela sempre e nunca pode vê-la exercer seus dotes culinários. Seguiu o calor e o cheiro da comida. Os passos foram poucos até parar na porta da cozinha. E lá estava ela. Com um cigarro entre os lábios, como de costume. Procurou as palavras, ou qualquer som que pudesse emitir, mas teve dificuldades exageradamente grandes para isto, então parou, respirou bem fundo, e sorriu. Ao que pareceu muito tempo inclusive. Quando finalmente sentiu sua voz dar o ar da graça novamente entreabriu os lábios e disse baixinho:
Oi amor... ahn, voltei.

Nicolle não era do tipo melindrosa, mesmo. Muito séria e objetiva quando queria também sabia ser fria e seca. Encarava a vida difícil que havia tipo como uma experiência a ser peneirada e jogava fora. Antes de Deces havia tido sim grandes e pequenas experiências com diversas mulheres, mas o maldito homem que passou em sua vida estragou-a, imobilizou seu coração, deixou muito mais do que uma marca em sua vida, um filho. Que na verdade não sabia aonde andava, mas sabia que estava bem, em algum lugar, seu coração lhe dizia isto.
Daquela última relação havia saído tão machucada, tão magoada, tão despedaçada que chegou a crer veemente que jamais conseguiria gostar ou confiar em alguém novamente e havia prometido a si mesma que seria o seu pior, o quanto mais fria, o quanto mais arrogante, mais seca, mais agressiva pudesse ser, melhor. Mas então... BOOOOM! A alemã surgiu, como se um sol raiasse para aquele que só vivia da noite. Como num estalar de dedos parecia que a mais velha já conhecia cada canto daquele velho e machucado coração e aos pontos, com muito vinho, sussurros arrastados e amor foi sarando aquelas feridas e tornando Nicolle uma mulher forte e incrivelmente apaixonada. E eram basicamente por estas razões que naquele momento, especialmente, no pôde mover mais nenhuma parte do corpo.
Manteve-se estática e ansiosa para encontrar os olhos acinzentados da maior, encontrar novamente a maciez com que seus lábios podiam tocá-la e a força tímida com que seus dedos a traziam para si. Naquele momento, mais uma vez o tempo parou...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

The Number Four

Quatro de abril de 2011. Dia 04, do mês 04 do ano 2011. 2011: 2, 0, 1+1=2; que vai para 0 + 2 + 2; que progride para 04. Hoje li o capítulo quatro da página 31, 3 + 1 = 4. Mas um dos números é ímpar, o número 1 de 1 ano, 1 ano que duas pessoas estão separadas por uma barreira imposta por elas mesmas. Sabe o que eu acho engraçado pra caramba? Você nem se deu conta disso. Aliás, você deu, mas não disse, pois, afinal, ela não queria que você dissesse. Você sabe que se estivéssemos você e eu, as suas respostas seriam diferentes, assim como as minhas. Você é uma idiota. Eu te amo, mas você é uma idiota, uma grande idiota. Eu sinto sua falta, mas isso não quer dizer que eu a queira de volta na minha vida. Eu dispenso os cubos de gelo, prefiro beber o uísque quente. Eu te amo, e eu só queria que você soubesse disso. Não precisa me ver, não precisa me procurar, não precisa voltar. Só escute, só leia e não diga nada. Eu sei o que sente e eu sei porque não volta, não estou nervosa. Eu sei que eu sou melhor, eu sei que você pensa em mim tanto quanto eu em você. Eu sei que vai voltar um dia e você também sabe. Então não diga nada até lá. Guarde suas palavras para a hora certa, proteja-se dessa alma abobalhada que acredita nas suas mentiras, eu estarei aqui, não esperando por você, mas estarei. Só para ouvir e nada dizer, igual você deveria ter feito. Idiota. Eu te odeio. Morra, idiota.

sábado, 4 de dezembro de 2010

I'm not that strong Meridiana, you know

Acabei de tomar um banho de chuva, cantando em plenos pulmões as músicas de Marisa Monte, estou extremamente feliz mesmo que sofrendo em partes, depois do momento "carnivália", me sentei molhada na varanda olhando a chuva caindo no pé de limão e calma toquei "João de Barro". Seu refrão é tão bonito e tão doce, o ritmo é melancólico, mas ainda sim, gentil. É doce, gosto disso em músicas, recomendo que todos escutem. Agora escuto "Better than me" do Hinder. Detesto ter que escrever essas coisas assim.  "I think you can do much better than me After all the lies I made you believe Guilt kicks in and I start to see The edge of the bed, where your nightgown used to be"  Tão linda a música, tão profunda. Gosto disso. O pior é que esse clima de chuva, essa quase libertação repentina, essa maluquisse extravagante, trazem à tona mais que tudo uma dor recente que também é tremenda alegria. Lembranças, memórias que fotos jamais conseguiriam retratar direito, palavras ditas que ninguém conseguiria repetir em tamanha maestria.  "While looking through your old box of notes I found those pictures That you were looking for If there's one memory I don't want to lose That time at the mall You and me in the dressing room"  Seus olhos brilhavam mais que as estrelas no céu escuro, seus lábios tinham um sorriso que conseguia ofuscar a meia lua acima de nós. A pele tão suave, o abraço quente e suave, protetor e ao mesmo tempo esmolando a mesma proteção. Sua voz era tão bonita e seu cabelo conseguia voar pelo escuro, tão doce.  "The bed I'm lying in is getting colder Wish I never would've said it's over And I can't pretend that I won't think about you when I'm older Cause we never really had our closure This can't be the end"  Guardei rosa e amassado, sorri e escolhi um caminho mais fácil porque achei que seria mais feliz. Outro erro infeliz que tratei de não me lembrar, se lembrasse sempre eu admito que correria o mais rápido possível e te sequestraria, choraria e pediria perdão de joelhos. Eu jamais fui tão forte quanto fui quando me impedi de fazer tudo que eu queria ter feito, de dizer todas as palavras não-ditas em meu peito.  "I told myself I wouldn't miss you But I remembered What it feels like beside you I really miss your hair in my face And the way your innocence tastes And I think you should know this You deserve much better than me"  Me pergunto quando ar e água se tornaram tão indiespensáveis para continuar viva. Sabe me responder? Me pergunto qual deus cruel criou em meu peito um sentimento tão grande, escondeu e depois me deixou revelá-lo quando já é tarde demais. É tarde demais? Eu não sei, sei que me dói e sei que se pudesse apagaria tudo com uma borracha e reescreveria, ou ao menos teria dito as coisas que queria. Talvez agora acreditasse em mim ou pelo menos fosse cogitar alguma idéia de me trazer pra junto de ti novamente.

sábado, 17 de julho de 2010

I've got to go home

Eu poderia escrever milhares de posts enormes descrevendo a maneira como me sinto ou a forma como sinto o meu pescoço formigar, mas mesmo assim, não mudaria em nada. Escuto "Home" de Michael Bublé e a única coisa da qual consigo me lembrar é de um sorriso em particular, um sorriso tão indiscritível e espetacular que consegue me fazer passar o resto da vida feliz. "Another summer day/ Has come and gone away/In Paris and Rome/But I wanna go home" eu estou em casa, mas ainda não me sinto em um lar, meu quarto está tão vazio que eu poderia jurar que não existe nada nele além de mim. "Maybe surrounded by/So million people I/Still feel all alone/I just wanna go home/I miss you, you know" e novamente vejo que a minha solidão não é estar literalmente sozinha, mas estar sozinha lembrando de quando não estava. Eu sinto sua falta e isso é um grande fato. "And I've been keeping all the letters that I wrote to you/In each one a line or two/'I'm fine baby, how are you?'/Well I would send them but I know that it's just not enough/My words were cold and flat/And you deserve more than that" e novamente um grande fato, todas as manhãs folheando meus cadernos encontro uma mensagem pequena que eu provavelmente te mandaria se tivesse coragem. Coisa pouca e boba, "Bom dia anjo, como você vai indo? Eu estou ótima.", é o básico, é simples e acho que diz o que precisa ser dito, mas outro fato é que você nem vai vê-las. "(...) Let me go home/I'm just too far/From where you are/I wanna come home" e é essa a razão de eu não estar em casa, você nem está mais por aqui. "And I feel just like I'm living someone else's life/It's like I just stepped outside/When everything was going right/And I know just why you could not/Come along with me/Cause this was not your dream/But you always believed in me" traduzindo um pedaço da música agora "E eu sei exatamente porque você não poderia vir junto comigo, isto não era o seu sonho, mas você sempre acreditou em mim.", dispensa mais comentários. "Another winter day has come/and gone away/And in Paris and Rome/And I wanna go home/Let me go home (...) Let me go home/I've had my run/Baby, I'm done/I gotta go home./Let me go home/It all will be alright/I'll be home tonight/I'm coming back home." E novamente a tradução resolve falar por mim, "Estou voltando pra casa.", espero que esteja.